segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

O que será que me espera na próxima página?

 Acho que ainda não estou apto a escrever sobre o ciclo eleitoral do qual participei recentemente. A construção de um projeto de mandato coletivo que teve o livro como grande protagonista tem muitos ângulos que propõem reflexão . Tenho pensado muito sobre essa vivência, as construções, os erros e acertos. Esse assunto me interessa, mas vamos dar tempo ao tempo. 


Contudo, imerso nesses pensamentos, me deparo comigo mesmo: minhas escolhas, os nortes que me direcionaram pelos caminhos trilhados e, mais do que isso, no que me transformei.  


Ontem, por exemplo, mergulhei novamente numa plataforma que não operava há muito tempo: o linkedin. Aquele perfil que encontrei lá, abandonado, era um eu de alguns anos atrás, com pensamentos e formas de atuação diferentes desse cara que hoje escreve por aqui. Meus kpi´s estavam muito conectados com o universo da Poeme-se. Lá eu era o malabarista Di-versos. Esse era o cargo que ocupava na primeira grife de camisetas literárias do País. 

Me orgulhava ser múltiplo, multifacetado, polvo. Avalio que esses foram os atributos mais relevantes e necessários para fazer os primeiros anos dessa empresa. Criar, gerar valor e construir um time do zero, sem recursos, exige operações artísticas. Acho que dei conta. 


Há, entretanto, uma diferença entre ser malabarista por necessidade e tocar a operação de uma empresa estabelecida. Me reconheci, depois de algum tempo não mais como polvo, mas como pato: ele que nada, voa e anda não traz a excelência em suas operações. Ainda bem que eu tinha um sócio confiável e apto a zelar pela excelência e construir comigo esse caminho. Ele opera a Poeme-se hoje e estou confiante que levará a empresa por caminhos prósperos. Me cabe atuar como conselheiro dessa empresa que acalenta muitos sonhos meus. inclusive deveria ser sobre isso o texto: meus sonhos.


Bom, se antes e durante tanto tempo eu fui o malabarista Di-versos, hoje me considero um empreendedor do setor do livro. Ainda não sei qual o próximo passo da minha caminhada, mas sei que o livro é meu norte e minha maior convicção. Seja ao criar a Poeme-se ou integrando a Bancada do Livro, sempre fui movido pela potência da literatura na vida das pessoas. Em 2021 não será diferente.  O que será que me espera na próxima página?


segunda-feira, 23 de julho de 2018

O dia em que um pé de algodão virou meu coaching

Dia desses, um problema de RH estava drenando todas as minhas energias. Exatamente por ser pequena, nossa equipe na Poeme-se sofre muito com a troca de colaboradores. Estávamos diante de uma rotatividade grande em uma função chave da minha equipe. Difícil encontrar o perfil e quando conseguimos, acabamos por perder o colaborador em poucas semanas para uma proposta que não havia condição de cobrir. A famosa frase “senta e chora” descrevia meu estado de espírito, enquanto o conceito de “beco sem saída” ganhava novas atualizações.


Respirar & Respirar

Em momentos assim, não fico calmo, não consigo focar, as tarefas práticas se misturam com o problema e tudo fica confuso. Quando me percebo nesse estágio, levanto, vou ao quintal para respirar. Sim, na Poeme-se temos um quintal, isso é um dos pontos fortes de nossa empresa-verso!

Não sei se sabem, mas uma das primeiras ações que fizemos ao iniciarmos a instalação da sede da Poeme-se em Marechal Hermes – que chamamos carinhosamente de Casa Poeme-se - foi plantar um pé de algodão. Um pé de algodão 100% poesia, como diz na placa, e que colocamos no canteiro. Um pé de algodão que chegou semente, exatamente o que éramos naquele momento. Um pé de algodão que vem crescendo junto com a história que a empresa vem tecendo. 

Respirava de frente para o pé de algodão, pensar em coisa alguma ajuda a diminuir o nível de estresse, dizem por ai... Focado na respiração para apagar as imagens da mente, perdi meus olhos no algodoeiro. Sinuosa, a árvore me ajudou a respirar, me acalmar, ver, perceber.

Resiliência botânica


Importante dizer que o pé de algodão foi plantado a 3 metros de uma frondosa mangueira, que faz parte da casa há bastante tempo. Esse é o grande ponto: o pé de algodão, percebi naquele momento, tinha sido gravemente impactado pela copa da mangueira no que diz respeito à luz do sol. Frondosa e bem maior, o pé de manga espalhava-se soberano por quase todo o quintal. Em seu intento dramático de sobrevivência, o pequeno algodoeiro não se deu por vencido: empreendeu seu projeto de vida e entortou-se radicalmente para o lado em que havia luz. Entortou-se tanto ao ponto de por em cheque a gravidade. Sobreviveu. Esta lá, nesse momento, com seu feixe de luz.


O algodão superou a copa plácida da mangueira e mostrou para esse que escreve que os obstáculos não são intransponíveis. Respirando, com a mão na cintura, buscando equilíbrio no quintal de uma empresa poética tive o maior exemplo de resiliência da minha vida.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Literatura: Um segmento da economia criativa


Por essa estrada da vida tenho falado muito sobre a dessacralização da literatura e sobre a necessidade da construção de um lugar no qual essa arte tenha mais conexão com a economia. Afinal, precisamos de escritores bem sucedidos, de editores bem sucedidos, de livrarias com números de venda astronômicos. Precisamos de startups dinamizando a literatura, de novos suportes que construam estradas nesse nicho de mercado (assim como fazemos com a Poeme-se). Precisamos ver a literatura como nicho de mercado.
 
Sobre esse assunto, fico muito feliz quando encontro coro. É bom saber que existem pessoas que acreditam naqueles valores que se tornaram fundamentais dentro da gente. Foi esse o caso com Marcelo dos Santos Netto, idealizador do Projeto Meluzino.
Recebi, via amigos, um de seus textos e vi ali, muito daquilo que acredito. Assim como eu, Netto também propõe que alguns valores atribuídos à literatura, como essa aura mágica, não contribuem para a difusão democrática e para a consolidação da arte como meio de vida.
 

“A literatura é frequentemente associada à importância do espírito, em detrimento à urgência do corpo. Tendemos a defini-la como um assunto da mais sublime importância, diante do que leviandades como mercado e economia são indignas.”
Confira o texto completo aqui > http://goo.gl/ewzHm5
A reflexão sobre a literatura brasileira, seus parâmetros e valores está clara e deve ser amplificada urgentemente. A economia criativa da literatura é uma realidade que tende a se expandir proporcionalmente à mudança dos valores que estão postos. Essa mudança, não tenho dúvidas, chegará. Eu acredito.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Entrevista para o programa A reda da rádio Roquette Pinto( 94,1 FM), Rio

"Transformar a sua paixão em uma forma de sobrevivência.

O Gledson Vinícius, da Poeme-se, levou isso a sério e construiu uma empresa que não só o proporciona contato diário com a tal da paixão, como também ajuda a construir um movimento de divulgação de frases e pensamentos literários."

Nessa entrevista ele nos explica mais sobre a Poeme-se.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Empreender é Pura Poesia


Sou muito sensível aos títulos das matérias que leio. Ótimas matérias não são nada sem um título que lhes venda. Pela minha formação publicitária atribuo a essa “peça” quase mais relevância que o próprio conteúdo. Na verdade, pensando bem, em tempos de leitura dinâmica, acho que são mais relevantes.

Foi esse o caso que me fez ler a matéria do professor Marcelo Nakagawa, no site da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, cujo título foi um acinte às minhas convicções: “Empreender não é poesia"(Ver Matéria), eis o título que me fisgou. Fui forçado a ler o conteúdo.

Eu que empreendo pela e por causa da poesia, tinha que ler e refutar todas as construções do texto, inexoravelmente. Não custou muito. Não há, no texto relação efetiva com a poesia. Apenas uma utilização da palavra como sinônimo de “romantismo” ou algo assim. De qualquer maneira, em certa medida, acredito que o próprio texto desconstrua o título. Logo no subtítulo, o ensaísta bebe de Fernando Pessoa... “Ser empreendedor é empreender a dor”. Que isso se não uma referência ao poema Mar Português?

Existem, de fato, muitos percalços, ciladas e dificuldades para quem empreende. Alertar sobre isso, creio, tenha sido a intenção do autor ao propor o texto. Contudo, estou certo, empreender é poesia pura. Gerir pessoas, construir planos, fazer pontes, perder, ganhar... Eis uma tarefa para lá de poética.

Poesia para mim não são flores, nem anjinhos em um gif animado num blog qualquer na internet. Poesia pra mim é sangue nos olhos. Nada como um pouco de poesia para nortear o pensamento, as decisões. Afinal, todo mundo que empreende quer passar além do Bojador e sabe que para isso deve passar além da dor. Empreender vale a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena.

Gledson Vinícius é Empreendedor Poético e Co-fundador da Poeme-se

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Sobre Atitudes e Meu Lugar no Mundo.


É fato conhecido que acredito tanto no poder transformador da literatura que vivo dela e para ela. Passo muitas horas do dia submergido nesse oceano (veja em que oceano). Contudo, busquei um víeis diferente para tanto: não sou poeta, não sou escritor, não sou intelectual. Sou um seiláoque, um qualquercoisadessas. Nomear importa menos nesse momento. Cabe aqui, num parênteses invisível, dizer que ainda estou em construção sobre isso que sou.


Pontuo a potencia transformadora da literatura e quem ela faz de mim, para fazer uma mea culpa necessária nessa reflexão que tomo nota. Tenho feito, de fato, algo? Tenho feito?

Ontem, numa postagem feliz de um amigo, percebi que ações corriqueiras têm, quem sabe, mais energia do que muitas ações macro – principalmente se viralizarem. Lá, na postagem pertinente, falava-se algo sobre apoiar o trabalho dos amigos, dos amigos próximos. Foi exatamente esse ponto que me trouxe números para a cabeça. Pensei, tenho mais de 100 pessoas em um circulo próximo e estreito de amizade nas redes sociais.

Interajo com elas a ponto de influenciar e ser influenciado. Tenho, também, muitos amigos escritores. Alguns deles são ótimos escritores. Ótimos, mas que não são Mainstream. Não foram contemplados com espaço no meio editorial, ainda. Ou seja, são próximos de mim, talentosos, mas não contam com o aparato necessário para virar um best seller (nem sei se querem isso). O Que sei é que eles criaram suas obras para serem consumidas, lidas, compradas.

Diante dessa realidade, continuei fazendo contas em um raciocínio exponencial: - E se eu comprasse um livro de um amigo por mês, fizesse uma resenha e indicasse para os meus 100 amigos próximos( e todos os outros que orbitam meu facebook)? E se esses amigos comprarem livros de seus amigos, de meus amigos? E se?

É claro que tenho muitos livros de amigos. Mas o que proponho aqui é criar um método, meta e estratégia para comprar e multiplicar compradores: um livro por mês, 12 livros em 2016, uma resenha para cada livro com a indicação do amigo e a torcida para que, ao menos, uma parcela dos meus 100 amigos próximos se habilitem para investir tempo e dinheiro na literatura nacional. Sabendo que 2 é a média de livros que cada brasileiro lê por ano... Faríamos uma revolução.

Na minha cabeça isso tudo faz muito sentido, espero que o faça para todos. Em 2016 vocês conhecerão, na minha time line, tudo sobre 12 amigos que escrevem e poderão ajudá-los a fazer o que gostam. O que lhe parece?