segunda-feira, 23 de julho de 2018

O dia em que um pé de algodão virou meu coaching

Dia desses, um problema de RH estava drenando todas as minhas energias. Exatamente por ser pequena, nossa equipe na Poeme-se sofre muito com a troca de colaboradores. Estávamos diante de uma rotatividade grande em uma função chave da minha equipe. Difícil encontrar o perfil e quando conseguimos, acabamos por perder o colaborador em poucas semanas para uma proposta que não havia condição de cobrir. A famosa frase “senta e chora” descrevia meu estado de espírito, enquanto o conceito de “beco sem saída” ganhava novas atualizações.


Respirar & Respirar

Em momentos assim, não fico calmo, não consigo focar, as tarefas práticas se misturam com o problema e tudo fica confuso. Quando me percebo nesse estágio, levanto, vou ao quintal para respirar. Sim, na Poeme-se temos um quintal, isso é um dos pontos fortes de nossa empresa-verso!

Não sei se sabem, mas uma das primeiras ações que fizemos ao iniciarmos a instalação da sede da Poeme-se em Marechal Hermes – que chamamos carinhosamente de Casa Poeme-se - foi plantar um pé de algodão. Um pé de algodão 100% poesia, como diz na placa, e que colocamos no canteiro. Um pé de algodão que chegou semente, exatamente o que éramos naquele momento. Um pé de algodão que vem crescendo junto com a história que a empresa vem tecendo. 

Respirava de frente para o pé de algodão, pensar em coisa alguma ajuda a diminuir o nível de estresse, dizem por ai... Focado na respiração para apagar as imagens da mente, perdi meus olhos no algodoeiro. Sinuosa, a árvore me ajudou a respirar, me acalmar, ver, perceber.

Resiliência botânica


Importante dizer que o pé de algodão foi plantado a 3 metros de uma frondosa mangueira, que faz parte da casa há bastante tempo. Esse é o grande ponto: o pé de algodão, percebi naquele momento, tinha sido gravemente impactado pela copa da mangueira no que diz respeito à luz do sol. Frondosa e bem maior, o pé de manga espalhava-se soberano por quase todo o quintal. Em seu intento dramático de sobrevivência, o pequeno algodoeiro não se deu por vencido: empreendeu seu projeto de vida e entortou-se radicalmente para o lado em que havia luz. Entortou-se tanto ao ponto de por em cheque a gravidade. Sobreviveu. Esta lá, nesse momento, com seu feixe de luz.


O algodão superou a copa plácida da mangueira e mostrou para esse que escreve que os obstáculos não são intransponíveis. Respirando, com a mão na cintura, buscando equilíbrio no quintal de uma empresa poética tive o maior exemplo de resiliência da minha vida.

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