Marechal é meu terreno, território, espaço em que me identifico me afirmo e reafirmo. Marechal Hermes é um bairro que guarda todas (ou quase todas) as minhas vivências e descobertas. Nesse lugar já me achei e me perdi incontáveis vezes. Nele me frustrei, bebi e gargalhei junto de bons e maus amigos. Por isso, poder construir algo capaz de contribuir com a valorização desse lugar tão especial, é uma oportunidade impar. Foi dessa maneira que aceitei a empreitada de articulação do 2º Festival de Arte Pública.
Foram dois meses de contato com o que há de melhor na produção cultural Carioca: Beber da sabedoria de Amir Hadad é um privilégio. Propor pautas, conhecer pessoas e ver a praça XV de Novembro ganhando vida através da arte foi transformador.
Foram versos, passos e cantos. Foram tantos, tão belos e harmônicos. Foram verdadeiros e puros: artista e público, artistas públicos e praça. Há graça tamanha nesse encontro, eu conto: ciganas e suas músicas, berimbaus e seus súditos, teatro de rua e todo mundo sendo plateia, sendo artista, sendo tudo. Pernas de pau dançaram e ensinaram que a vida é muito mais rica para os que têm coragem e ginga. Palhaços contagiaram a rotina e anunciaram aos quatro cantos que viver de arte de rua é uma via. Teve rock, pipoca e violino, teve hip hop na caixinha de rima, na rua. Vimos, num lapso de tempo, que a cultura, essa sedutora, deu sentido a vida, interrompeu o lamento e fez brotar sorriso onde não existia.
Então, diante de tudo que vi e experimentei nesses dois meses, só posso recorrer ao vídeo e aos versos do poeta da baixada fluminense, Guarnier, para dar dimensão do que foi o 2º Festival de Arte Pública aqui em Marechal :
“O amor que a rua dá
só quem vive a rua sente.”
Guarnier
Nenhum comentário:
Postar um comentário